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Batismo e a Grande Comissão

Posted on by Jack Cottrell

Batismo e o Grande Comissão

Jack Cottrell

Batismo: Um Estudo Bíblico

  • August 12, 2022

Novidade: Oferta de um ebook Kindle! 30 Nov - 4 Dec

Jack Cottrell RIP

Disconto de um ebook Kindle! Jack Cottrell – Batismo: Um Estudo Bíblico

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A primeira referência no Novo Testamento ao batismo cristão está na Grande Comissão, conforme registado em Mateus 28:19–20. Isto sugere, é claro, que o batismo cristão é distinto de todos os batismos que o precederam na Bíblia, incluindo a ocasião em que Jesus foi batizado por João, o batismo de João em geral e o batismo que era realizado pelos discípulos de Jesus.

As instruções finais de Cristo para os seus seguidores incluíam estas palavras:

“Portanto, vão (ir) e façam (fazer) discípulos de todas as nações, batizando-os (batizar) em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os (ensinar) a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês.”.

Mateus 28:19–20a, NVI

O termo principal nesta comissão é “fazer discípulos”, no versículo. 19 (traduzido como “ensinar” na Almeida Revista e Corrigida). Os primeiros dois verbos apresentados nestes dois versículos, “vão” e “façam” estão no imperativo; os outros dois elementos da Grande Comissão são particípios. Assim, “ir” é o pré-requisito para fazer discípulos — e “batizar” e “ensinar” são os meios para fazer discípulos.

Importância Exclusiva

A primeira coisa que nos surpreende sobre esta passagem é o facto de o batismo ser mencionado como uma comissão tão concisa e fundamental. É importante realçar que o batismo é distinto da categoria de “todas as coisas” que os discípulos devem ser ensinados a obedecer. Isto é especialmente importante devido à frequente visão protestante de que o batismo é somente uma das “boas obras” da vida cristã, que é apenas um “ato de obediência” comparado aos muitos outros atos de obediência que devemos executar simplesmente porque Deus ordenou. Se isto é verdade, então por que o batismo é destacado de forma específica, separado de “tudo o que eu ordenei a vocês”?

A forma como a comissão é redigida sugere que o batismo tem uma importância distinta no processo de fazer discípulos. Podemos concordar que o termo “todas as coisas” (em grego, panta) se refere às boas obras ou atos de obediência pertencentes à vida cristã; noutras palavras, refere-se a todo o âmbito de santificação que se segue à conversão. Apesar do termo ser abrangente (“todas as coisas”), o batismo não está incluído nele. A implicação clara é que o batismo não deve ser colocado na categoria das boas obras cristãs. Ele tem um significado distinto de qualquer ato de obediência esperado de um cristão, e tem uma importância que vai muito além do que qualquer um desses atos.

Em Nome de…

O elemento no próprio texto que confirma a importância exclusiva do batismo é a expressão “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (versículo 19). Uma pessoa é batizada literalmente “no nome” da Trindade. Qual é o significado desta expressão e o que ela nos diz sobre o significado do batismo?

Biblicamente, o nome de uma pessoa não era apenas um meio arbitrário de identificação, mas era considerado algo intrinsecamente relacionado à própria pessoa, representando as suas qualidades, o seu carácter e a sua própria natureza. Assim, “o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (um único nome) representa as próprias pessoas da Trindade. Ser batizado em nome da Trindade é nada menos do que ser batizado na Trindade como tal.

O que isto significa pode ser explicado com mais precisão quando entendemos como é que a expressão “em nome de” foi usada nos tempos do Novo Testamento. A frase é “eis to onoma”, que era um termo técnico usado no mundo dos negócios e do comércio dos gregos. Foi usado para indicar a entrada de uma quantia em dinheiro ou um item de propriedade na conta que leva o nome do seu dono. O uso deste termo em Mateus 28:19 indica que o propósito do batismo é nos unir com o Deus Triúno em relações de propriedade; tornamo-nos sua propriedade de uma maneira especial e íntima. Como diz M. J. Harris, uma vez que a expressão denota transferência de propriedade, em Mateus 28:19 ela significa que “a pessoa que está a ser batizada passa a ser posse do Deus Triúno”.

A partir deste significado específico da frase, podemos ver por que somos batizados “em nome de” toda a Trindade. Deus, o Pai, pagou o preço para nos adquirir como sua propriedade, nomeadamente, o sangue de Deus, o Filho (1 Coríntios 6:19–20; 1 Pedro 1:18–19). Ele também aplica o selo que nos marca como seu, especificamente, Deus, o Espírito Santo (Efésios 1:13). Este é o foco do batismo – o preço da compra — o sangue de Cristo — é aplicado a nós (Romanos 6:3–4; Colossenses 2:12), e a marca da propriedade — o Espírito Santo — nos é dada (Atos 2:38). Assim somos batizados “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”; nós tornamo-nos propriedade especial de Deus no ato do batismo. Não admira que o batismo seja destacado na comissão como tendo uma importância única e exclusiva!

Uma Nova Condição

A discussão de Mateus 28:19–20 sugeriu que o batismo não deve ser equiparado a atos ordinários de obediência, mas deve ser considerado como uma experiência de conversão que traz uma união com o próprio Deus. Assim, o que se sabe, mesmo desta passagem, justifica a avaliação de que o batismo tem significância salvífica. De facto, parece que Deus está a instituir o batismo como uma nova condição para a salvação na era do Novo Testamento, além do que foi exigido na época pré-cristã (nomeadamente, fé e arrependimento). Por que isto deveria ser assim? A resposta pode ser encontrada em Mateus 28:19–20, quando refletimos sobre o facto de que o batismo cristão é o batismo em nome da Trindade.

Alguns podem achar difícil aceitar a ideia de que Deus acrescentaria uma condição para a salvação na era messiânica, aparentemente tornando mais difícil ser salvo hoje do que no período do Antigo Testamento. Se fé e arrependimento foram capazes de assegurar um relacionamento correto com Deus, então, por que deveria ser diferente agora? A resposta está no próprio facto de que estamos agora numa nova era, uma era marcada especialmente pela realização concreta das obras de redenção e por uma revelação mais completa da natureza trinitária de Deus em relação a essas obras. Esta transição é tão radical que além de uma nova condição ser acrescentada, as antigas condições foram alteradas.
Não foi dada atenção suficiente ao facto de que a fé necessária para a salvação hoje em dia não é a mesma que a fé de antigamente. Naquela época, qualquer um que se entregasse ao exclusivo Senhorio do Deus de Israel e confiasse na sua graciosa promessa de misericórdia era aceito por Deus. Isto incluiu todos os judeus que colocaram a sua confiança total no Deus único que se revelou, assim como qualquer gentio que O conhecesse. Exemplos dos últimos seriam os ninivitas no tempo de Jonas (Jonas 3:10) e Cornélio antes mesmo de conhecer a Cristo (Atos 10:1–2).
Talvez seja assustador, no entanto, perceber que a fé, algo que bastava para a salvação e realçava a devoção de uma pessoa naquela época, já não era suficiente uma vez que essa pessoa conheceu a revelação mais completa do evangelho do Novo Testamento. Até o mais devoto crente do Antigo Testamento enfrentava esta escolha: ou aceitava a mais completa revelação do Deus de Israel, ou era transferido para a lista dos incrédulos. Uma pessoa poderia estar salva num momento pela fé no Deus que conhecia da revelação da Antiga Aliança, e no momento seguinte estar perdida por se recusar a aceitar Jesus como a presença redentora e a revelação mais completa desse mesmo Deus. Certamente, os milhares que estavam reunidos em Jerusalém na mesma época de Pentecostes (Atos 2) incluíam alguns dos judeus mais devotos, a “nata” espiritual, por assim dizer. Porém, uma vez que ouviram o evangelho, foram contados como pecadores, a não ser que aceitassem Jesus como seu Salvador. Isto teria sido verdade para qualquer audiência judaica quando evangelizada neste período bastante estranho de transição da fé do Antigo Testamento para a fé do Novo Testamento, incluindo o próprio Saulo (que ouviu o sermão de Estêvão, em Atos 7:57—8:1) e o eunuco (que foi evangelizado por Filipe, em Atos 8:26ss). Este ponto é claro na analogia de Paulo sobre a oliveira em Romanos 11:16ss, onde ele diz que os judeus previamente crentes (ramos naturais da árvore) foram arrancados da árvore por causa de sua descrença (versículo 20), mas podem ser enxertados na árvore novamente se eles não continuarem na sua incredulidade (versículo 23).
Duas coisas explicam esta mudança radical na natureza da fé salvadora. Primeiro, a redenção agora é um facto consumado, e a fé salvadora deve ser dirigida a ela de forma específica, não apenas em direção às promessas gerais de um Deus misericordioso. Agora sabemos que o perdão dos pecados só é possível por causa do sangue de Cristo derramado na cruz, um “sacrifício para propiciação mediante a fé” (Romanos 3:25, NVI). Agora sabemos que a vida eterna só é possível por causa da ressurreição de Jesus dos mortos, e agora você deve “confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos” (Romanos 10:9, NVI). Sabemos agora que, desde o Pentecostes, o Espírito Santo foi derramado do céu e é oferecido a nós como uma presença regeneradora e santificadora; assim, agora a nossa fé deve abraçar esta promessa específica do Espírito (Atos 2:38–39).
Segundo, há uma mudança na natureza da fé salvadora pelo facto de que estas obras de redenção foram realizadas por um Deus que é Triúno na sua natureza. Embora o conceito da Trindade tenha sido prefigurado na revelação do Antigo Testamento, a sua realidade nunca foi explícita. Mas quando chegou a hora da obra redentora de Deus ser efetivamente realizada na história, a triunidade do ser de Deus já não poderia ser ocultada, uma vez que os distintos atos de redenção foram realizados por pessoas distintas dentro da Trindade. Assim, hoje qualquer fé salvadora em Deus deve estar no Deus que de facto nos salvou, nomeadamente, o Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. Uma negação da Trindade não é menos que uma negação da própria salvação de Deus. Estas duas coisas — fé no único Deus que é três Pessoas e fé nas obras salvadoras de Deus — estão agora inseparavelmente ligadas.
Aqui reside a razão para a adição do batismo como uma nova condição para a salvação nesta época. A mudança no conteúdo da fé salvadora tornou conveniente acrescentar essa condição mais apropriada, não como uma nova condição em si, mas como uma personificação concreta desta própria fé radicalmente diferente. Ela torna muito claro o facto de que o tipo de fé em Deus do Antigo Testamento não é mais adequado, e que é preciso se comprometer com a fé no Deus Triúno para a salvação. Aqui reside também a razão pela qual o batismo é especificamente um batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Neste ato, o papel exclusivo de Deus Filho na nossa redenção está indelevelmente impresso nas nossas mentes, pois no batismo somos sepultados na Sua morte e ressurreição para a remissão dos nossos pecados (Romanos 6:3–5; Atos 2:38). Neste ato, a presença de Deus Espírito, torna-se uma realidade nas nossas vidas, pois o batismo é o tempo que Deus escolheu para dar-nos “o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38). É a maneira de Deus exigir que elevemos a nossa fé até o nível da revelação do Novo Testamento na dimensão trinitária da própria natureza de Deus e da sua obra da salvação.
É por isso que nenhum batismo antes do Pentecostes (Atos 2) pode ser igualado ao batismo cristão. O batismo de João foi praticado na era da fé do Antigo Testamento, antes que a redenção trinitária fosse cumprida e antes que fosse possível um relacionamento trinitário com Deus. Foi de facto um “batismo de arrependimento para remissão de pecados” (Lucas 3:3), mas a ligação específica com a cruz e o sangue de Cristo ainda não fora explicada. Além disso, o dom do Espírito Santo ainda não estava disponível (João 7:37–39). Assim, é um erro grave pensar que o batismo de João e o batismo cristão são os mesmos, tanto no seu significado como na sua importância. No dia de Pentecostes não foram permitidas exceções para aqueles que talvez tivessem recebido o batismo de João: “Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado” (Atos 2:38, NVI). Paulo batizou aqueles que haviam recebido somente o batismo de João, especificamente porque o segundo não possuía o conteúdo trinitário (Atos 19:1–6). Algumas lições profundas podem ser aprendidas sobre o batismo cristão a partir da prática do batismo de João, incluindo o batismo de Jesus. No entanto, é inapropriado usar o batismo de Jesus como um exemplo de batismo hoje, seja na sua necessidade ou no seu significado.
A relação entre o batismo e a Trindade é, portanto, de extrema importância, e não é exagero dizer que o significado deste ato vem da sua conexão inseparável com a fé trinitária. Quando damos ao batismo um significado menor do que o descrito no Novo Testamento e em Mateus 28:19–20 em particular, estamos a enfraquecer o significado da profunda transição histórica da fé pré-trinitária em Deus do Antigo Testamento para a fé trinitária do Novo Testamento, uma transição que o próprio Jesus Cristo conectou ao batismo cristão. Além disso, quando deixamos de usar a fórmula trinitária no próprio ato do batismo, estamos a ignorar um dos principais elementos inovadores desta nova época. Tal negligência não necessariamente invalida um batismo, mas certamente mostra pouco respeito pela comissão de Jesus, e desperdiça uma oportunidade primordial de testemunhar a nossa fé trinitária e de impressionar o convertido, pelo facto de que a sua salvação se deve à obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Resumo

Em relação ao significado do batismo, conforme refletido em Mateus 28:19–20, tratamos dos seguintes pontos. Em primeiro lugar, o próprio facto de que o batismo é especificamente mencionado na Grande Comissão, e também o facto de que ele se distingue de atos de obediência ordinária, o que indica que ele tem uma importância exclusiva no processo de discipulado. Segundo, a essência dessa importância é que o batismo é realizado “no nome” do Deus Triúno, tornando-nos posse de Deus. Finalmente, a necessidade da Nova Aliança por uma fé especificamente trinitária é a explicação para adicionar o batismo como uma nova condição para a salvação, uma vez que, por sua natureza, ele nos relaciona com a Trindade tanto em símbolo como de facto mesmo.

Jack Cottrell, Batismo: Um Estudo Biblico. Colorado Springs: Lamp Publishing, 2021.

Jack Cottrell

Jack Cottrell

Jack ensinou na escola de pós-graduação da Universidade Cristã de Cincinnati durante 49 anos e foi orador regular em faculdades e em campos missionários estrangeiros, incluindo Canadá, Filipinas, Egipto, Brasil, México, e Venezuela. Jack é o autor de 43 livros, dos quais muitos foram traduzidos em 15 línguas. Foi autor de inúmeros artigos e consultado sobre outras obras académicas, incluindo o livro de Romanos para a English Standard Version (2001) da Bíblia Sagrada. Ele recebeu o seu BA, ThB, Cincinnati Bible College and Seminary; BA, University of Cincinnati; MDiv, Westminster Theological Seminary; Phd, Princeton Theological Seminary.
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Lamp Publishing

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