Produtos e anúncios, declaram que algo é “Novo e Melhorado!” Contudo, não podem ser ambos… Tem de ser um ou o outro!

Porém, a Bíblia hebraica não faz distinção entre “renovação” e “novo”. A palavra hebraica ChDSh (chadash) pode ser traduzida por “novo”, “reparação”, “renovação”, ou “reconstrução”. É também a mesma raiz para “mês” ou “lua nova”. Antigamente consideravam cada mês um ciclo da lua que trazia um dia novo ou renovado.

Deus não tinha medo de pegar no que estava partido, usado, velho, ou mau e renová-lo ou repará-lo. Foi então considerado ChDSh.

Em Génesis 1–2, Yahweh criou a terra como nova. Após o dilúvio, Deus continuou a renovar o seu relacionamento/aliança com as pessoas. Nos livros dos profetas, Deus prometeu trazer de volta Judá e Israel do cativeiro para reparar e reconstruir Jerusalém e o templo. Isto foi descrito como “os céus e a terra renovados”, aliança/relacionamento renovado ou reparado, espírito renovado, vida e ressurreição renovadas e cidade de Sião reparada, (veja, Isaías 65,17–25; Jeremias 31,31–34; Ezequiel 37,1–14; Zacarias 12). À medida que Isaías 40 passa do julgamento à restauração, Javé descreve o processo de renovação do povo no exílio como um “nascimento”, uma cura do pecado, a formação de uma nova cidade, e a restauração da natureza (Isaías 40–42).

A renovação e a reparação têm sido sempre a obra de Deus, especialmente para aqueles que procuram perdão, cura e transformação.

Infelizmente, a palavra grega para “novo” (kainos) não conseguiu capturar os diversos significados de ChDSh. Em muitas passagens dos evangelhos e das cartas do novo testamento, nós temos associado a palavra “novo” a algo “completamente novo” ou “recém criado”. No livro de Hebreus, o escritor dirige-se ao leitor, encorajando-o a ouvir e a confiar em Jesus, que é o autor de uma Aliança renovada (Hebreus 3,7–11). Em vez de interpretar isto à luz do contexto do Novo Testamento, podemos compreender o livro de Hebreus de modo a concluir que a antiga aliança foi quebrada quando o povo desobedeceu a Deus; no entanto, Jesus ofereceu uma oportunidade de perdão e renovou o relacionamento/aliança… ao derramar o seu próprio sangue. No Evangelho de Lucas, Jesus serviu uma refeição como sinal desta relacionamento renovado através do seu sangue (Lucas 22,20–22). O mesmo relacionamento, o mesmo Deus, os mesmos homens… mas reparados pelo sacrifício de Jesus. O apóstolo Paulo encorajou os cristãos a serem “renovados”, arrependendo-se do seu pecado e transformando as suas vidas na imagem de Jesus (Romanos 12:1–2; Efésios 4:17–5:20; Colossenses 3:9–10).

Através da ressurreição de Jesus, somos “reparados”, “renovados”, e “reconstruídos”, para viver à glória de Deus.

A mesma pessoa, o mesmo relacionamento, o mesmo Deus… mas reconstruído para viver uma vida diferente.

Se já fez parte da plantação de novas igrejas, compreenderá este conceito. Não plantamos igrejas completamente novas. Aprendemos com os melhores e reconstruímos ministérios de forma a servir aqueles que vivem nos nossos contextos. Pregamos e ensinamos a partir de textos antigos que reparam vidas, tanto jovens como velhas. Restabelecemos relações com pessoas que se lembram do Jesus do seu passado, mas que perderam o contacto com o seu primeiro amor e Salvador. Guiamos as pessoas a ver Jesus e reacendemos a sua paixão através do Espírito Santo. A plantação de igrejas restaura os relacionamentos e busca vive à imagem daquele que criou todas as coisas novas e as repara quando estão quebradas. Espero que este ano traga mudança e cura.

Eu desafio-vos a aprofundar o texto bíblico, procuraando temas sobre a renovação, a reparação, e a reconstrução. Partilhe-os com as suas igrejas, a sua família, e a sua comunidade.